Wotan: O arquétipo das lutas politicas

Wotan: O arquétipo das lutas politicas

Quem viveu o ano de 2018 no Brasil, provavelmente viveu um mar de emoções por causa de um assunto que historicamente nunca foi agradável, e que ultimamente fez questão de ser desagradável para ambos os lados.

Não tenho a intenção de me posicionar politicamente nesse texto, porém ressalto a necessidade de refletir sobre o comportamento humano na política, desse modo resolvi escrever esse texto agora depois do furacão do processo eleitoral ter passado(será mesmo? Só o tempo dirá). Nesse ano de 2018 um muro de Berlim simbolicamente ou literalmente, para quem se lembra do impeachment/golpe na Dilma Rousseff (observação que coloquei impeachment/golpe pois você meu caro leitor escolha o seu termo) se criou na mente do brasileiro, de um lado a esquerda e do outro a direita.

Ambos os lados se mostram paladinos da verdade, da justiça, do certo e colocam o outro como o vilão, o diabo, a essência do mal do homem. Cada um a sua maneira inflamado como um guerreiro em um campo de batalha. O que remete aos beserkis, os guerreiros furiosos da mitologia nórdica que cultuavam a Odin(Wotan). Mas o que tem haver Wotan com a era política brasileira?

Wotan O arquétipo das lutas politicas

No livro “Presente e Futuro” do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, a comparação do mito nórdico com o sentimento de luta existente nos ismos da política é inevitável. Wotan é o pai de todos os deuses nórdicos, Deus da sabedoria e da guerra. Ambos os pólos do espectro político se colocam a mercê de seu Odin,o seu -ismo. E quem ousar discordar de seu lado vira inimigo,pois está contra o pai de todos, está contra Wotan. Por isso deve ser destruído, e caso o guerreiro morra em combate, será um guerreiro honrado,merecedor de valhalla( lugar onde Odin recebe seus guerreiros que após a morte vão beber e curtir para sempre os banquetes em sua mesa de jantar).

Esse sentimento de luta por convicções embora necessário, é perigoso em seu extremo, torna-se um complexo(esse termo na psicologia Junguiana pode ser entendido como um sentimento exagerado sobre determinado tema, que domina o ser quando é ativado, no caso do texto é a fúria). Quando pessoas são dominadas por esses sentimentos cometem loucuras, quer um exemplo? Os famosos homem-bomba, religiosos que pregam mas te condenam por coisas simples, uma pessoa que afirma ser lixo qualquer gênero musical que não seja o dele,um ateu que houve a palavra Deus e já sai em busca de provar que Deus não existe e a lista é cada vez aumenta.

Jung afirma no livro que esse extremo comportamento foi o que causou grandes problemas mundiais como o nazismo alemão, quanto o fascismo de Mussolini na Itália, sobre eles Jung fala com convicção pois quando ele foi condecorado como presidente da Associação Internacional de Psicoterapia com sede em Berlim, Hitler assumiu o nazismo alemão, que isso fez Jung estar em uma situação delicada, que o mesmo ao escrever seu texto chamado Wotan, abdicou ao posto por questões políticas e teve suas obras queimadas na Alemanha.

A necessidade da sociedade brasileira retomar o dialogo é urgente, em uma era onde a população se divide entre dois lados políticos cujo o sentimento de “luta” em defesa dos ideais de Wotan, conscientizar as pessoas se faz cada vez mais presente.

 

Leia nossa indicação e post “Aspectos da Morte em Jung”

Siga nosso insta @PensarBemViverBem




Deixe seu comentário