Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Voltar para casa”.
Uma das sensações mais gostosas que podemos ter é quando, após uma ou duas semanas de férias, bate uma saudade de casa. Para quem teve e tem uma casa acolhedora, com uma família acolhedora, dá saudade do cheiro do lençol, do jeito do banheiro, do travesseiro. Passear é gostoso, entrar em férias, viajar, mas a casa da gente, quando significa um local de acolhimento, de cuidado, de proteção, é muito atraente.
Carlos Lacerda, político carioca dos anos de 1960, um dos melhores oradores que nosso país já teve, em seu livro Cão Negro, trouxe à tona uma máxima sobre a felicidade doméstica: “A minha casa é limpa bastante para ser saudável e suja bastante para ser feliz.” O que quis dizer com isso? Que uma casa que está o tempo todo absolutamente limpa é uma casa que não é usada.
Como a casa que dá a impressão de pronta para ser fotografada para uma das revistas de celebridades. A sala com todas as almofadinhas no lugar, os móveis milimetricamente arrumados – o que significa que ninguém a está usando. Isto não é convivência. A casa é um lugar onde se suja para podermos usar, brincar sermos felizes.
O uso mancha, mas depois limpamos…
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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