Tristeza – Depressão – Melancolia

Tristeza – Depressão – Melancolia

Tem dias, que bate uma tristeza, um cansaço de tudo, seja por um objetivo não alcançado, alguém que nos decepcionou, dificuldades financeiras, perdas, enfim existem inúmeros motivos que nos entristecem.

Mas qual é o limite de uma tristeza considerada aceitável para a pessoa, e qual o  momento em que ela é considerada patológica?

A tristeza é algo que nos fere de alguma forma, é um estado passageiro, que pode durar horas dias, mas vai se amenizando e em breve uma situação, aceitação ou resolução de algo nos fará felizes de novo.

Quando a tristeza se torna intensa prejudicando sua rotina, seja trabalho, amigos, estudo, então temos que ficar alerta e procurar ajuda.

O individuo precisa viver o Luto, o luto não é somente a morte de alguém querido, mas também outros tipos de perda. Na tristeza, conseguimos vivenciar, trabalhar, todas as mudanças e perdas, o luto é saudável, é um tempo para se restabelecer e encontrar soluções para que se continue em um caminhar saudável.

“Todas as palavras que não puderam ser ditas, todas as cenas que não puderam ser rememoradas, todas as lágrimas que não puderam ser vertidas serão engolidas, assim como, ao mesmo tempo, o traumatismo, causa da perda. Engolidos e postos em conserva. O luto indizível instaura no interior do sujeito uma sepultura secreta (Abraham & Torok, [1972]”

A depressão causa no individuo uma estagnação de sua vida, encontram dificuldades de fazer uma projeção de si para o futuro, se projetam para o passado onde o “ Eu” era perfeito, a pessoa depressiva tem uma imagem de si perdida e impedida de transformação no tempo, perde o desejo. Não há alegria no presente, não existe uma ponte que a ligue ao futuro, pois ela está perdida no passado. “Eu fui, hoje não sou mais”. O tempo é somente o presente, e imediato, o presente se torna eterno, no qual o passado perdido(ou seja o EU), torna o futuro inalcançável. Sendo assim essa falta de esperança em alcançar um “eu “ ideal, pode trazer dores insuportáveis, um vazio sem fim e sem cura, levando a pessoa ao desespero cometendo assim o suicídio.

O luto é, um trabalho ou processo psíquico. Ele se realiza dentro de um tempo que tem como resultante a identificação por traços com uma modificação no eu – sustentada pelo ideal do eu (Freud, [1923] 1996).

Em uma situação mais grave temos a melancolia, na depressão o discurso do “Fui um dia e hoje não sou mais”, no individuo melancólico aparece como “Eu não sou nada, ou “Eu não sou e nunca fui nada”.

A pessoa melancólica absorveu tanto o luto que torna se assassino de seu próprio eu, se denegrindo perante aos outros. O eu do melancólico possui um vazio absoluto. diz Freud -, “se envilece, esperando ser expulso e punido. Degrada-se perante todos, e sente comiseração por seus próprios parentes por estarem ligados a uma pessoa tão desprezível” (Freud, [1917).

A auto depreciação é algo frequente, a pessoa não se sente merecedora de nada. Enquanto o deprimido tem uma imagem de si mesmo, se reconhece o passado, o melancólico não se afirma e não se reconhece no passado, não possui experiencia jubilosa do seu eu.

Elaine C. Martines

 

Leia nossa indicação e post “A condução do pensamento: asas ou algemas?”

Siga nosso insta @PensarBemViverBem




Deixe seu comentário