Trabalho sem fim

Trabalho sem fim

Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Trabalho sem fim”.

Tem dia que a noite fica difícil”  A semana começa e já vamos imaginando quando ela vai acabar. Parte daquilo que é entendido como trabalho, em vários locais, é compreendido também como castigo. E a ideia de trabalho sem fim remete à mitologia grega clássica, o mito de Sísifo, que é condenado pelos deuses a um trabalho sem término. Ele é condenado a rolar uma pedra até o alto da montanha e, depois de um esforço imenso, infindo, ela rola montanha abaixo, e ele precisa levá-la outra vez. Repetidamente temos a sensação de ter uma vida como o trabalho de Sísifo; quando chegamos lá no alto, temos que voltar outra vez e fazer de novo.

A filosofia tenta, em algumas situações, nos consolar sobre isso. A literatura também.

O escritor e músico francês Romain Rolland, no século XX, dizia algo que parece óbvio: “Nada está feito enquanto resta alguma coisa para fazer”. E sempre nos resta alguma coisa para fazer.

No entanto, a ideia de trabalho como castigo, algo sem fim, marca muito mais uma desorientação em relação aos rumos que se deseja na vida do que algo que possa ser extinto.

O trabalho sempre será sem fim enquanto existirmos.

 

 

Mario Sergio Cortella

 

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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.

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