Tédio

Tédio

Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Tédio”.

É bastante frequente pais ouvirem de seus filhos até a faixa dos 14 anos de idade, sobretudo nos finais de semana, frases como: “Tô com tédio, não tem nada para fazer”, “Isso é muito chato, não tem nada para fazer”.

Eu gosto muito dessa expressão “não tem nada para fazer”, porque ela sinaliza que não há nenhuma obrigação naquele momento, e não havendo obrigação, pode haver escolha de algo que se queira fazer. Isso significa que, embora o tédio seja aquela coisa chata, que exige de nós alguma decisão, também pode ser um movimento para a ação. Não tem nada para fazer? Que bom, isto é, não há obrigação.

Podemos e eventualmente até precisamos fazer alguma coisa. Alguém que no fim de semana fica pensando que não tem nada para fazer vai procurar algo. Claro que pode inventar coisas equivocadas. A frase das nossas avós continua valendo: “Uma cabeça desocupada é a oficina do demônio”. Mas não é essa a questão, e sim o tédio como fagulha da ação.

O escritor alemão Goethe dizia algo que soa bem-humorado: “Se os macacos pudesse chegar a sentir tédio, poderiam vir a ser gente”. Sabe por quê?

Porque teria a possibilidade de querer fazer alguma coisa. E aí o fariam.

 

Mario Sergio Cortella

 

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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.

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