Reflexão sobre práticas parentais

Reflexão sobre práticas parentais

Práticas parentais

 

É muito comum ouvirmos pessoas descrevendo para outras quais as práticas mais eficientes para que sue filho se torne um adulto de sucesso, ou mesmo pessoas criticando práticas parentais de outros, apesar de nunca apresentarem dados ou evidências que sustentem seus argumentos.

Além disso, definir quais práticas parentais são as mais positivas se torna difícil devido a pluralidade de diferentes realidades de vida, que dependem muito da região, cultura, etnia, classe social, etc. Como cada criança está inserida em um contexto ideográfico e as experiências entre indivíduos nunca são exatamente iguais, a forma ideal de educar seus filhos deve variar de família para família.

O que não pode ser negado é o potencial que pais apresentam de controlar o ambiente de seus filhos, desde a escolha da escola em que irá estudar, regras de comportamento, até as amizades e interações interpessoais. Portanto, apesar de alguns pais acharem mais fácil atribuírem comportamentos indesejáveis de seus filhos à fatores externos, muitas características pessoas, escolhas de vida, comportamentos, etc, são influenciados pelas experiências que tiveram quando crianças, ou seja, são influenciados por aquilo que aprenderam, em um momento em que pouco conheciam sobre o mundo.

Práticas parentais influenciam no ajustamento social de seus filhos, por exemplo, seu desenvolvimento moral, social e sucesso acadêmico. Inicialmente, e classificação de práticas parentais foi proposta por Diana Baumrind, e ocorria de acordo com o grau de controle/exigências e responsividade demonstradas pelos pais. O primeiro se refere a maturidade, disciplina e auto-controle da criança, enquanto que o segundo, à estimulação da independência, autonomia e individualidade.

Atualmente, as práticas parentais são classificadas em:

 

  • Autoritário: alto nível de controle/exigências e baixa respnsividade
  • Permissivo: Baixo nível de controle/exigências e alta responsividade
  • Autoritativo: Alto nível de controle/exigências e responsividade
  • Negligente: Ausênca de controle/exigências e responsividade

 

De acordo com resultados de pesquisas, o estilo parental autoritativo produz os melhores resultados em relação à competência social da criança, apresentando relações interpessoais mais saudáveis, bem-estar afetivo e menor contato com substâncias ilícitas.

Estilos parentais com alto nível de controle/exigências limitam a capacidade da criança de lidar com seu ambiente de forma autônoma. Estilos muito permissivos resultam na dificuldade em lidar com seu ambiente devido à falta de orientações e aprendizagem social.

 

 

Conclusão

 

Muitas pessoas acreditam que para propiciar o desenvolvimento positivo de seus filhos, basta lhe dar tudo que pedem, ou às vezes, lhes dar liberdade para que tomem todas suas decisões sozinhas. Além disso, é fato que práticas parentais são transmitidas ao longo de gerações, algo usado como argumento para legitimar práticas ultrapassadas.

Apesar de não existir um manual com abordagens e práticas específicas, é consenso entre pesquisadores e educadores que a adoção de estilos parentais autoritativos costumam apresentar, restritamente, resultados positivos. Dessa forma, torna-se crucial que pais permitam que seus filhos expressem suas individualidades, oferecendo, quando necessário, apoio e orientação a estes. A forma de se comunicar eficientemente com filhos não é o propósito desse texto, mas posso adiantar que esta não deve ser de forma agressiva ou de forma a fazer a criança se sentir incapaz.

Alguns pais se culpam de forma excessiva pelo adulto que seus filhos se tornaram, enquanto que outros se eximem completamente da culpa. A verdade é que, apesar de não ser responsável por absolutamente tudo que uma criança se torna e faz, os pais ainda são responsáveis por grande parte daquilo que seus filhos se tornarão. Portanto, é muito importante pensar nos exemplos, ideias e mensagens que transmitimos às crianças, pois devido a seu conhecimento limitado de mundo, são facilmente influenciadas. Depois não adianta reclamar ou acusar a criança de ser naturalmente ruim.

 

 

Referências

BORNSTEIN, M. H. Handbook of Parenting. 2nd ed. Mahwah, NJ: Erlbaum; 2002.

BORNSTEIN, L.; BORNSTEIN, M. H. Estilos de práticas parentais e desenvolvimento social da criança. Enciclopédia sobre o desenvolvimento na primeira infância, 2007

DARLING, N.; STEINBERG, L. Parenting style as context: An integrative model. Psychological Bulletin, v. 113(3). p. 487-496, 1993

GRUSEC, J. E.; HASTINGS, P. D. Handbook of socialization: Theory and research. New York, NY: Guilford Press; 2006.

MACCOBY, E. E.; MARTIN, J. A. Socialization in the context of the family: Parent-child interaction. In: HETHERINGTON, E. M. ed.Socialization, personality, and social development. New York, NY: Wiley. MUSSEN, P. H. ed. Handbook of child psychology. 4th ed; v. 4, P. 1-101, 1983

 

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