Quem foi Platão?

Quem foi Platão?

” A alma do homem é imortal e imperecível “

Se Sócrates construiu um pequeno altar para a filosofia, Platão foi o responsável por transformar esse altar em uma grande igreja. Principal discípulo de Sócrates, o filósofo se encarregou de registrar as ideias do mestre na forma de diálogos. Seu texto é uma mistura de teorias complexas com fragmentos teatrais que traziam o mestre como protagonista, dialogando sobre a vida, a razão e a verdade. Platão escreveu ao longo da vida cerca de 40 diálogos, verdadeiras obras-primas filosóficas.

Nascido em Atenas, pertencia a uma das mais nobres famílias atenienses. Seu nome verdadeiro  era Arístocles, mas, devido a sua constituição física, recebeu o apelido de Platão, termo grego que significa “de ombros largos”. O apelido teria sido uma criação do treinador Áriston de Argos. Sendo discípulo de Sócrates, a quem considerava o mais sábio e o mais justo dos homens, a parceria durou cerca de uma década, até os últimos minutos de vida do mestre. Depois da morte de seu mestre, Platão empreendeu inúmeras viagens, período em que ampliou seus horizontes culturais e amadureceu suas reflexões filosóficas.

Após a morte de seu mestre

Depois da morte de seu mestre, Platão fundou a própria escola em Atenas. Considerado por alguns como a primeira universidade e inspirada nas comunidades criadas por Pitágoras, a Academia ensinava matemática e geografia. O grande avanço era o ingresso de mulheres que, pela primeira vez podiam estudar. O aluno mais ilustre foi Aristóteles.

É de Platão um dos textos filosóficos mais lidos da história, o Mito da Caverna. Conta a fábula de prisioneiros que foram acorrentados em uma caverna escura quando crianças sem jamais poder sair dali. Tudo o que conheciam do mundo eram sombras da vida real projetadas nas paredes, ou seja, cópias imperfeitas das coisas, que conservam suas formas verdadeiras no mundo nas ideias, uma espécie de paraíso onde está guardado o padrão de tudo o que existe -principal teoria de Platão. O mundo das ideias existe em oposição ao mundo dos sentidos, esse no qual vivemos, recheados de cópias defeituosas de tudo o que existe no plano superior.

platão filosofia

Quando um dos escravos foge da caverna e fica deslumbrado com a verdadeira forma das coisas, Platão faz uma metáfora com os filósofos, que ascendem por meio do conhecimento.

Para Platão existiria dois mundo: O mundo Sensível e o Mundo Inteligível. O mundo sensível corresponde à matéria e compõe-se das coisas como as percebemos na vida cotidiana (isto é, pelas sensações), as quais surgem e desaparecem continuamente. Assim, as coisas e fatos do mundo sensível são temporárias, mutáveis e corruptíveis. O mundo inteligível, corresponde às ideias, que são sempre as mesmas para o intelecto, de tal maneira que nos permitem experimentar a dimensão do eterno, do imutável, do perfeito. Todas as ideias derivariam da ideia do bem.

Ele defendia a tese de que o mundo das ideias só poderia ser acessado pelos filósofos. Logo, era essa a classe mais indicada para governar a pólis. Esse pensamento originou a teoria política de Platão, na qual ele cria a cidade ideal. E Platão não podia evitar imaginar: e se os filósofos estivessem no comando ? E se forcassem o público a ouvi-los e seguir suas ordens ? Esse era o conceito de A República. Ele declarava que ” não haveria fim para os problemas dos Estados, ou, de fato para a própria humanidade, até que os filósofos se tornassem reis desse mundo, ou até que aqueles a quem chamamos de reis e legisladores realmente, verdadeiramente se tornassem filósofos”.

Ele sugere que há três classes principais em qualquer sociedade, que se correlacionam com três estados da psique – os intelectuais, representando o sistema racional; os soldados, representando o sistema emocional; e os mercadores, representando os apetites físicos. Cada uma dessas classes tem sua motivação de domínio: os intelectuais querem a verdade, os soldados querem a glória e os negociantes querem dinheiro.

Cada classe deve respeitar sua própria função, ou “cuidar do que é de sua conta”, como disse Platão, significando que somente os reis-filósofos irão praticar a filosofia. Todas as outras receberão ordens, sem fazer perguntas. O objetivo esmagador de Platão é a unicidade espiritual da sociedade. Os casamentos seriam coletivos e sem casais fixos. O sexo seria somente para a reprodução, e as crianças criadas pelo Estado como filhos da comunidade.

Platão morreu aos 70 anos. Em sua lápide ficaram gravadas as seguintes palavras: “Aqui jaz o divino Aristócles, que em prudência e justiça soube exceder a todos os mortais. Se a sabedoria eleva alguém às alturas, este as conseguiu. A inveja em nada lhe empanou a glória”. 

 

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