Preferência

Preferência

Preferir significa recusar outras coisas. A preferência é sempre uma escolha arbitrária, não porque não haja critérios, mas porque esses critérios recusam algumas coisas e aceitam outras.

Desse ponto de vista, toda a preferência tem uma marca do olhar do indivíduo ou de um pequeno coletivo.

O escritor norte-americano Mark Twain (1835-1910), autor de grandes obras (entre elas As aventuras de Tom Sawyer, Huckleberry Finn, que eu li sempre com muita alegria) tinha uma preferência que eu não tenho, por isso a escolha é arbitrária.

Ele dizia que preferia o jornalista ao poeta: “Palavras sobre a guerra de pessoas que estiveram em uma guerra são sempre interessantes. Palavras sobre a lua, de um poeta que nunca esteve na lua, têm toda a probabilidade de serem enfadonhas”.

Mark Twain preferia um jornalista a um poeta ao supor que a veracidade procurada pelo jornalista era muito melhor do que o encantamento almejado pelo poeta. Falar sobre a lua sem nunca ter estado na lua, dizia Mark Twain, tem pouco valor. Falar sobre a guerra nela estando, esse sim, seria um conhecimento legítimo. As duas coisas são importantes, mas a escolha, como eu dizia, é arbitrária. Mark Twain pode até preferir o jornalista ao poeta.

Algumas pessoas, eu entre elas, preferimos ambos, cada um ao seu modo, construindo uma maneira de dizer ao mundo, uma maneira de expressar a nossa capacidade humana de olhar com vários olhares, com várias percepções.

 

Texto escrito pelo…

Mario Sergio Cortella

 

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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.

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