Pelo menos uma vez em sua vida você tem que viajar sozinho

Pelo menos uma vez em sua vida você tem que viajar sozinho

Texto escrito por Eduardo Benessi

Viajar sozinho é um grito existencial de liberdade. Estar a deriva, jogado ao acaso, se virar na lei global da selva, sorrir quando não se sabe dizer, descobrir espaços em você que até então estavam dormentes.

Deixar bagagens mentais e problemas que vieram junto se diluírem pelo caminho. Você a as nuvens. Não, não é tão difícil assim; vai depender das suas escolhas.
Costumo dizer que quando fazemos um caminho e nos perdemos, se estivermos acompanhados de alguém isso se torna até algo divertido, prazeroso, se perder de dois nunca é tão grave assim. Mas quando se está sozinho, se perder sozinho só é agradável caso você esteja viajando. A coisa que eu mais gosto de fazer quando viajo é isso, me perder.

– One information please? How can i lose my self?

Posso afirmar que tudo que de melhor me aconteceu em minhas viagens foi me perdendo, me entregando a situações que não tinham hora para fechar, que não tinham batalhões turísticos tirando foto, que não tinham no meu guia Frommer’s.

Foi assim que em uma madrugada no Havaí, pulei a cerca de um parque que já estava fechado, atravessei um vale carbonizado por uma hora e me deparei com um lindo vulcão que despejava lava contra o mar, o Kilauea.

Foi assim que em Berlim fui parar em uma cervejada dentro de uma estação espacial desativada toda feita de motivos ufológicos, a beira do rio Spree. Nela haviam senhores loucos falando sobre extraterrestres, vários videos reveladores em projeção, muita piração e cervejas do leste europeu.

Foi assim que em Golden Coast na Austrália, eu fui parar em um parque de diversões de um brinquedo só. O brinquedo era o oposto do elevador do Playcenter. Ele te lançava para o espaço com uma rapidez de querermos vomitar o estômago. E o mais legal, ele tinha duas vagas, e eu fiz amizade com uma muçulmana que topou ir comigo.

Quando viajamos sozinhos não se faz necessário negociar nossa liberdade com o outro. Você se reinventa, você é livre até para ser quem você (não) é, pra decidir cancelar todo o roteiro do dia e sentar numa praça só para ver a vida passar, puxar assunto com gente nativa e saber um pouco mais sobre como é morar naquele lugar. Mas não se entristeça. É possível viajar sozinho, mesmo se estando acompanhado. Os companheiros ideais de viagem são aqueles que te deixam livre, que não pesam com a presença.

Que são capazes de entender quando você não está a fim de ir no Louvre e que aceitam se separar por um dia para que cada um faça o que está a fim, que aceitem “relacionamento aberto” em viagens. Lembrando que isso vale mais para amigos e parentes; em casal isso fica mais difícil de se aplicar.

A última dica para se viajar “sozinho em dois” é quase uma regra: nem sempre o seu melhor amigo é o melhor companheiro de viagem. Às vezes aquela escolha aleatória decidida no meio de uma conversa com um meio amigo pode render uma bela viagem. Sim, é geralmente assim que aparece a pessoa ideal para nos acompanhar.

Um dos melhores lados de viajar sozinho é saber que no seu destino tem sempre alguém te esperando, e geralmente esse alguém ainda não sabe que está. Viajar guarda o lado mais bonito do encontro, ou do reencontro.

 

Leia nossa indicação e post “Viajar causa mais felicidade que bens materiais”

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