Para designar a pessoa que é especialista em algum campo de atuação, em português lusitano se usa o termo “experto”. Em outros idiomas, e mesmo no Brasil, passou-se a falar mais na “expertise” de alguém que é um perito.
Nós temos admiração por pessoas que têm especialidades. Mas é necessário observar que o especialista não é alguém que nunca se equivocou, ao contrário.
Nós lembramos muito do físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962), Nobel de Física de 1922, que teve ideias muito sérias sobre a fissão do urânio, que foram decisivas para a construção da bomba atômica. Ele mesmo, embora tenha participado como teórico e depois como auxiliar de pesquisa na construção de um armamento atômico, foi contrário à bomba. Bohr tentou, inclusive, alertar as autoridades europeias e norte-americanas durante a Segunda Guerra, para que não se usasse a fissão do urânio como um armamento. Ainda assim, isso foi feito.
Niels Bohr dizia que “o perito é uma pessoa que cometeu todos os erros que podem ser cometidos num campo muito limitado”.
Ser especialista, portanto, não significa que a pessoa seja imune ao desvio ao equívoco. Ao contrário, para ser um especialista também é necessário saber lidar com os próprios equívocos, deslizes, erros, num campo limitado, pois é isso que dará essa marca a um especialista.
Texto escrito pelo…
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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