O AMOR NÃO MACHUCA E NEM APRISIONA

O AMOR NÃO MACHUCA E NEM APRISIONA


Tudo vale por amor? O amor supera tudo? Se houver amor, pode-se tolerar qualquer situação? Tome muito cuidado se você acha qualquer uma destas frases sedutoras ou se lhe parecem românticas.

O que você chama de amor pode ser, na verdade, outra coisa.

Todo ser humano precisa de amor em alguma medida. Ninguém cresce sem ele, sem um olhar que o zele ou sem alguém que o cuide e o introduza em sua própria história. O amor é um vínculo, é uma emoção e ele é simplesmente vital no nosso desenvolvimento e nas nossas vidas. Entretanto, para algumas pessoas, ele é mais do que isso: é como uma droga que se precisa ingerir com certa frequência sob o preço da autocensura do fracasso.

Acontece que o que essas pessoas chamam de amor se trata de um tipo específico deste: o amor paixão que facilmente pode levar ao amor dependência.

Na nossa cultura, aprendemos o que é o amor embalados pelos flamejantes romances hollywoodianos. Aprendemos que amar não vem sem antes uma amarga privação – que atiça nosso desejo! – ou sem uma épica batalha, com direito a enfrentar o mundo inteiro por um amor, único objetivo da felicidade. Somente assim seremos dignos do “felizes para sempre”.

Esta mesma visão de amor nos oferece uma ideia de que não é amor se não for acompanhado de fortes emoções. Então, se não é paixão, sentimos que não somos amados em nenhuma medida! Então criamos metas para o amor: uma idealização de como ele deveria. E exigimos que o outro se adeque a ele. Se não se adequar, pulamos fora – o que se comprova pela grande volatilidade das relações na atualidade, sua liquidez – ou pior do que isso: lutamos para tornar o outro aquilo que a gente deseja! São caminhos que apenas machucam aos que os trilham.

Quando o amor é tão vital e única condição de felicidade, é muito fácil perder a medida deste investimento. Assim, investe-se tanto no outro que este passa a ser o mundo inteiro! Investe-se de forma “altruísta”, ou seja, sem ganhar nada em troca, mas com a pretensão de se tornar, em troca, o mundo deste – o que raramente acontece.

O cenário que se desvela a seguir é do adoecimento e da dependência. Ao tentar se cortar a liberdade do outro para que ele seja o que se quer, se perde também a própria.

Esta prisão é muito mais comum para as mulheres, identificadas com a princesa cor de rosa que precisa capturar o interesse do herói aventureiro para poder ser resgatada, mas não exime também os homens, fadados a servir suas donzelas com seus feitos maravilhosos e cada vez mais difíceis de alcançar. Isto não poupa nem mesmo o amor em outras orientações sexuais ou identidades de gênero!

Amor significa ausência de morte (do LATIM a+mors). Portanto, relaciona-se ao crescimento e à expansão do Eu. Amor é força de vida. Para que atinja o seu objetivo, o amor precisa florescer na liberdade, precisa ser regado com respeito e, de fato, o amor só é amor quando ama a diferença e quem o outro realmente é. O amor não usa, não maltrata e não aniquila no desejo de mudar o outro para o que se quer que ele seja – isso é mais egoísmo do que amor.

O amor, não se pode negar, exige algum sacrifício. Duas (ou mais) pessoas não podem se amar sem que se abra mão de alguma coisa ou se derrube alguma barreira. Ainda assim, no fim desta equação afetiva, o amor é uma soma e, como tal, seu resultado é sempre positivo.

Se o seu amor está plantado sobre o aprisionamento, se ele te machuca e te faz sofrer mais do que ser feliz, então você precisa repensar o que é “amor”!

 

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