Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Franqueza”.
É preciso distinguir sinceridade de franqueza. Sinceridade quer dizer que tudo que você disser será verdade. Franqueza é dizer toda ela, o que nem sempre é recomendável. Uma das maneiras da sociedade pode não conflitar, seja uma sociedade grande como um país, seja numa sociedade familiar, seja a convivência no mundo do trabalho, na universidade e na escola, é que haja sinceridade, mas a franqueza só é obrigatória em duas situações: quando a pessoa pede para que se seja franco, ou quando você tem de sê-lo por obrigação.
Por exemplo, um médico, quando vai passar ao paciente o diagnóstico e precisa alertá-lo, tem de ser franco. Um professor quando vai avaliar um trabalho, quando vai corrigir uma prova deve ser franco, isto é, tem de dizer toda a verdade de maneira que não se esconda ali o que tiver que vir à tona.
No entanto, em muitas das nossas formas de relação, a sinceridade, que é dizer a verdade, não implica obrigatoriamente de maneira toda, na medida em que a convivência tem que ser diplomática também, e nos coloca a necessidade de sermos polidos.
O que é ser franco? É agir como agiam os franceses, isto é, diretos na fala, até parecendo eventualmente bruscos. Franqueza, como sabemos, vem de francês, mas não necessariamente nos permite perder um pouco do savoir-faire, aquele equilíbrio entre sinceridade e franqueza.
Mario Sergio Cortella
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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.
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