Ética conveniente

Ética conveniente

Mario Sergio Cortella e um de seus excelentes textos sobre “Ética conveniente”.

A conveniência é aquilo que eu faço que é bom para mim. A ética, quando é marcada pela conveniência, entra num terreno extremamente perigoso, que é o relativismo ético. Em outras palavras, tudo vale em relação àquilo que estou desejando, àquilo que estou precisando,àquilo que é o meu interesse imediato. Uma ética da conveniência é aquela do “eu faço porque este é o único meio de eu fazer. O que posso fazer?” E não necessariamente é assim.

A ética da conveniência aparece na cola dentro da escola. Quando um de nós colava e dizia: “Se eu não colar, não consigo tirar uma boa nota”; isso era a conveniência. Ou daquele que diz: “Para fazer uma licitação dentro do governo eu preciso colocar um preço mais alto para que depois se faça a redução”; isso é conveniência. Dentro de uma empresa, dentro da família, “olha, eu não faria, mas preciso fazer porque, do contrário, não será possível”.

Essa ética da conveniência nos induz a um pensamento negativo que é a ausência de princípios éticos sólidos, que não sejam voláteis, que não sejam volúveis, que não desapareçam ao primeiro movimento fora daquilo que deveria ser feito da maneira correta.

A ética da conveniência é extremamente utilitarista, portanto, muito perigosa. É aquela que cai no ditado popular “a ocasião faz o ladrão”, em que a pessoa acredita que a ética deve ser pela sua própria conveniência e não por aquilo que se entende mais coletivamente como eticamente saudável.

 

 

Mario Sergio Cortella

 

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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.

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