Desvio de foco

Desvio de foco

Por vezes, colocamos o olhar fora da referência que seria mais apropriada, mais evidente. Seria o caso de preferir a cópia da flor em vez da própria flor. A primavera é um período do ano, apreciado por muitos, em que parte das flores ganha mais exuberância. Mesmo nas metrópoles, em que o asfalto e o concreto são dominantes, ainda assim, há uma expressão mais forte da natureza. É até curioso que muita gente nem preste atenção a essa natureza.

O filósofo e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662) escreveu na sua clássica obra Pensamentos uma frase que nos ajuda a refletir: “Que vaidade a da pintura que atrai a admiração pela semelhança com coisas cujos originais não são admirados”.

Muita gente, de fato, para na frente de um quadro, que pode ser belo, mas deixa de olhar para aquilo que é o original.

Há pessoas que preferem observar a beleza de uma planta artificial, de plástico, do que admirar uma planta real, viva. Há vários estudos, inclusive no campo da neurociência, que mostram que nosso corpo é cérebro se acalmam com a capacidade de fruir a natureza e sair da artificialidade.

Mesmo assim, ainda já quem prefira a cópia da flor em vez da flor.

E o encanto da pintura talvez venha de atrair essa admiração mais pela cópia do que pela realidade.

 

Texto escrito pelo…

Mario Sergio Cortella

 

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Mario Sergio Cortella é um filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro mais conhecido por divulgar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea.

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